domingo, 25 de janeiro de 2015

Disco e cerveja pelos 461 anos de São Paulo...

DEMÔNIOS DA GAROA – SAUDOSA MALOCA Falar em São Paulo e não falar em Demônios é imperdoável. Hoje, 25 de janeiro, aniversário da cidade, não tem como não fazer um post e uma cerveja para homenagear a cidade que nasci e que, felizmente moro longe.

Em seus 461 anos, São Paulo abrigou os maiores artistas do mundo nem que seja apenas um único dia. E aqui nasceram outros tantos inesquecíveis. Dentre eles, o grupo de interpretava as músicas de Adoniran Barbosa, os Demônios da Garoa.

Criado em 1943 como um grupo de seresta como nome de “Grupo ao Luar”. Em 1943, cantando pela primeira vez no rádio, venceu um concurso de calouros, chamado A Hora da Bomba, da Rádio Bandeirantes. O prêmio principal era um contrato para duas apresentações semanais na rádio.

O grupo mudou de nome por iniciativa do locutor Vicente Leporace, entusiasta do grupo. Este promoveu um concurso entre os ouvintes para que fosse escolhido o nome do grupo. Dentre as sugestões, foi escolhido o nome "Demônios da Garoa" por um ouvinte da radio não identificado até hoje. Vale lembrar que Leporace ao anunciar o conjunto em seu programa costumava chamá-los de "endiabrados" do Grupo do Luar.

Em 1949, durante as gravações do filme O Cangaceiro, conheceram o compositor Adoniran Barbosa. Nasceu a parceria que rendeu os principais sucessos do grupo e seu reconhecimento nacional.
Até 1957, o grupo fazia apenas gravações para as rádios e filmes, quando resolveram lançar o primeiro disco. Com músicas gravadas suficientes, o disco é mais uma coletânea de suas melhores músicas, pois algumas ficaram para o segundo e terceiro discos e nenhuma foi compota especialmente para fazê-lo.

O disco inicia com a música que dá nome ao mesmo. A história de pessoas que ocuparam um terreno e veio a polícia para tirá-los de lá. Estranho, mas até hoje é uma letra que condiz com a realidade da cidade.

‘Apaga o Fogo Mané” é um samba muito suave, beirando o choro.  Ela mostra uma característica forte do grupo, o uso do humor para criar seus sambas.  “Iracema” é uma das letras mais lindas que Adoniran fez, segundo ele próprio. História do homem apaixonado que perde sua amada.
“um samba no Bixiga” é a primeira de várias canções ao longo da carreira do grupo que remetem ao tradicional reduto italiano da cidade. Mas “Samba do Arnesto” é, sem dúvida, a de maior destaque deste álbum.  Ernesto Paulelli  (1913-2014) conheceu Adoniran em 1938, durante uma ida à Rádio Record, em São Paulo. Na ocasião, ele acompanhava a cantora Nhá Zefa e foi apresentado por ela a Adoniran. O curioso é que o sambista, ao ler no cartão de apresentações o nome de Ernesto, logo inventou o "apelido" de Arnesto. E disse, como Ernesto costumava contar: "É Arnesto, o seu nome dá samba. Vou fazer um samba para você." E fez.

“Quem bate Sou Eu” é uma das músicas da época do  “Grupo ao Luar”, com pequenas modificações na melodia.   “As Mariposas” é a que melhor define o humor do grupo, com história de uma lâmpada contando sua vida com as mariposas. Genial. O disco fecha com a maravilhosa ‘Progréssio’ .

Com oito faixas, o primeiro disco do grupo é um marco no  samba paulistano.  O grupo se tornou um dos mais antigos da história, além de todo dia 25 de janeiro se apresentarem no Mercado Municipal, ou Mercadão.

Mas para acompanhar esse disco, acredito na cerveja Karavelle, da cervejaria de mesmo nome que fica em Indaiatuba.  Cerveja de baixa fermentação, puro malte, ela tem uma coloração bem cristalina e combina muito bem com coxinhas e pasteis, bem típico de SP...



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