terça-feira, 18 de setembro de 2012

Essas saudades


Amigos. Sempre presentes, mas muitas vezes distantes.
Amigos que se distanciam ficam em um lugar muito remoto dentro do coração. A vida faz isso conosco. Lembro, certa vez, que perguntei pra minha mãe.
- cadê os seus amigos de infância? Você brigou com eles?
- olha, a vida leva a gente cada um para um lado. Difícil ter as mesmas amizades durante toda a vida, mas sempre ficarão guardadas as melhores lembranças deles.
Isso foi algo que ficou em mim.
Amigos vão...
Amigos chegam.
Amigos voltam...
Amigos partem
Amigos perto...                                                
Amigos longe.
Toda lembrança que tenho, tem um amigo nela. E lembro o nome deles até hoje.
Por ter sido filho único praticamente toda minha vida – meus pais adotaram uma menina logo depois que eu sai de casa-, tenho em meus amigos as boas lembranças. Muitos deles eram frequentadores assíduos de minha casa, especialmente pelo nhoque de batata que minha mãe sempre fazia (era sua especialidade).
Antes os apelidos eram melhores(e mais característicos).
Era o Jão, Pimenta, quatro-olhos, gordo, abacaxi(quando soltavam as primeiras espinhas), bola 8, negão, neguinho, nego (e Brasil!!!), Luizinho, Jaiminho, Leandrinho, Léo, Sabrininha, Sandrinha, Vanessinha... Acho que na minha época sabíamos apelidar melhor as pessoas. Tanto é que a maioria ainda o carrega. Menos a gorda e o gay. Eles trocaram o apelidos para gordo e Marcão... vai entender.
Meus amigos hoje vivem longe. Mais na lembrança do que no dia a dia, afinal a vida faz isso conosco. E não é que minha mãe estava (sempre) certa?!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pequenas Coisas


Aquele bom dia. Aquele olhar que nunca poderei esquecer. Todas as vezes que, quando pequeno, ia ao parquinho  na praça ao lado de casa passar o final da tarde, ou até boa parte do inicio da noite.

Aquele oi...

Um pouco mais de açúcar por favor. Agora colocou demais, mas tudo bem, tomo assim mesmo. Prefiro sem bater. A não, bate esse leite pra mim...

Aquele princípio...

Um simples dia de sol, para poder empinar pipa, ou bater uma bola naquele campo de terra onde duas pedras faziam o gol. Tudo bem rudimentar.

Aquelas caminhadas...

A varanda que servia para brincar de rádio e assim atazanar todos os vizinhos com nossas músicas chatas. Para piorar, aquele carrinho de rolimã que fazia um tremendo barulho quando descíamos a rua.

Aqueles risos...

Os fogos de ano novo. Sempre gostei de fogos,mas nunca da festa da virada. Fico deprimido, mas os fogos me fascinam. Os verdes principalmente.

Aqueles momentos...

Um sorvete sentado no banco da praça. Ou aquela demolição que assustou todo mundo. O que era um posto de saúde, onde eu chorava para tomar vacina, hoje é uma linda praça...

Aqueles lanches em um só lugar...

Aquele tênis velho,surrado de tanto jogar bola na quadra de cimento. Quantas raladas nos joelhos...

Aquele sorriso...

As noites sem dormir esperando algo na televisão que nunca vinha. Dormir debaixo da árvore de Natal, com cheiro de pinheiro empesteando toda a casa.

Aquela voz...

Nas saídas noturnas, preocupações e neuras. Nada demais, mas é sempre bom avisar onde estamos né...

Aquele dia...

Subir no topo mais alto da cidade, ou ao menos para nós era isso, e avistar as luzes todas no entardecer. 
Risos, fumaças, sorrisos...

Aquela praça no topo da cidade...

É engraçado que todas as lembranças são tidas de momentos, nada material. Nada que possamos dizer que está aqui por conta de tal objeto. Emoções, sentimentos, fases da vida que deixamos o vento levar, que do nada voltam nas memórias nas noites mais frias, mais longas e escuras que podemos ter.

Aquele vinho...

Foi-se tudo embora. Hoje as lembranças são o que restam de toda parcela de vida que tive, e sabendo que ainda irei viver muito mais...

Aquela (pequena) saudade...