domingo, 30 de novembro de 2014

Disco 86 e cerveja 86

MOTO PERPÉTUO - MOTO PERPÉTUO - Em música, a expressão italiana moto perpetuo - também Perpetuum mobile (em latim) ou mouvement perpétuel (em francês) - significa literalmente "movimento perpétuo". Esse nome foi escolhido para a primeira banda de Guilherme Arantes. Um disco histórico para o rock progressivo brasileiro, que neste ano comemorou 40 anos de seu lançamento. O disco foi feito por :
Guilherme Arantes (teclados e vocal)
Egydio Conde (guitarra solo e vocais)
Diógenes Burani (percussão e vocais)
Gerson Tatini (contra-baixo e vocais)
Cláudio Lucci (violões, violoncelo, guitarra e vocal)

Esse disco tem um jogo de palavras bem interessantes nas letras, algo que o Guilherme Arantes continuou fazendo ao longo de sua carreira. Mas vamos ao disco, pois a carreira de Guilherme Arantes já é bem conhecida por (quase) todos.

O disco abre com "Mal o sol", uma música que vai crescendo ao longo dos seus 2:48. Mesmo curta, começa bem silenciosa e vai se completando conforma vai entrando a voz. O refrão já conta com um jogo de palavras interessante aos ouvidos, "mal o sol amarelecera no céu". o Disco segue com "Conto Contigo", que é mais rápida e tem uma bateria quebrada bem legal. Destaque para os vocais logo após o refrão.

A terceira faixa do LP é a melhor do disco. Posso até exagerar mas pra mim é uma das melhores canções que o Guilherme Arantes pode fazer. A música tem uma bateria matadora, quebrada e com umas viradas fantásticas. O coro de fundo - especialmente no final- é espetacular e como sempre, o jogo de palavras rodando em suas canções- "nada que não faço mal e mal me faça passar, qual a nova sede, que é de tanta sede que não sente não é nova, novamente". Música maravilhosa - que em breve postarei o vídeo tocando ela, se a GVT permitir-.

O disco segue com "Matinal", com um belo refrão novamente "...tome um banho sobre o sono matinal, mate os males mas não se importe com desenganos". Essa é uma música mais lenta, que lembra coisas mais "modernas" do Arantes, como "amanhã". A música seguinte é a primeira que não é composição do Guilherme Arantes, "Três e Eu', composição de Claudio Lucci.

"Não Reclamo da Chuva" tem um baixo incrível. Poucos músicos no Brasil até hoje conseguem dosar um destaque no baixo sem cobrir toda a música como foi feito nesse som. Como sempre neste disco, a letra é forte. Posso estar viajando, errado, mas achei essa letra uma forma crítica ao consumismo que vivemos hoje, mesmo sendo escrita há 40 anos. Quem disse que evoluímos tanto assim? "Nunca fui convidado até charutos e licores já nem sei o que são valores. Quando se abandona o mundo  fica mais bonito, é bem melhor, uma roupa esfarrapada que o medo de sujar"

A sétima música, "Duas", é um resgato de memória. "Velhos tempos sem dor, só trechos de imaginação, Nascente loucura mas tudo melhor, ao menos era coisa pura". Quem nunca viveu romances puros quando mais novos, ou que achava que a vida poderia acabar ali, naquele momento que tudo ficaria bem? ela me lembrou muito uma música do próprio Guilherme Arantes, "O melhor Vai Começar"lançada em 1982.

"Sobe" é uma música que baixa um pouco o ritmo do disco, mais lenta e com destaque aos vocais e quebrada da cozinha bateria/baixo. "Cante, mas não desgraça, não se desfaça de nada
mexa-se, mais vontade sem mais razão...". Belo final de música.

"Seguir Viagem" é mais uma composição de Lucci, com um violão dedilhado lindo, um baixo que faz a entrada do coro marcante. Essa música me lembrou a "Clube da Esquina", lançada em 1972 por Milton Nascimento.

"Os Jardins" é um progressivo pesado, na linha de Yes, batera comandando a entrada e quebrando o tempo antes de entrar a voz. Umas paradas que fazem lembrar que música não é apenas som, mas também é silêncio. "Me respondaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa"...

"Turba" é a música mais longa do disco, com quase seis minuto. Viagem total, que me lembrou uns pianos que o Renaissance fazia. A voz entra após dois minutos e vem com bastante calma para depois se destacar.

E a cerveja?

Um disco como esse precisa de uma cerveja não só especial, mas uma cerveja de extrema qualidade e tradição, afinal Guilherme Arantes é um compositor que todo mundo no Brasil já cantou, seja em sua voz ou em voz de outro artista (como Balão Mágico, Roupa Nova).

Escolhi a Lobkowicz por ter tradição na região da Rep. Tcheca.

A primeira cerveja fabricada em Vysoky Chlumec foi em 1466. Desde 1474, a cervejaria se tornou propriedade da família Lobkowicz, família Nobre, tradicional Tcheca. Uma das mais antigas Cervejarias da República Tcheca.

O mestre cervejeiro da  Lobkowicz começa com a água pura a partir de poços artesianos da cervejaria e cevada da bohemia, que é transformada em malte, em sua própria casa malte. Ele fabrica as cervejas em cubas tradicionais de cobre, a adição do lúpulo Saaz aromáticos é feita com as mãos. A Fermentação aberta aprimora o caráter único das cervejas, e o saldo final é arredondado por meses de maturação.

Respeitando a personalidade da marca, receitas tradicionais, os procedimentos e o uso de matérias-primas de qualidade superior. Por isso uma real PREMIUM LAGER Esta é a maneira genuína para produzir as melhores Cervejas cerveja.

O resultado é uma cerveja de primeira classe, excelente na sua harmonia de delicado amargor, sabor e riqueza de colarinho.

Dê o play, coloque o vinil pra rodar e deguste essa maravilha. Vai ver que a combinação é perfeita.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Disco 87 Cerveja 87


JOELHO DE PORCO - SAQUEANDO A CIDADE - O Joelho de Porco surgiu em São Paulo em 1972, liderado por Tico Terpins (ex-guitarrista dos Baobás) e Próspero Albanese. Sempre irreverente e caçoador, em termos de atitude o grupo é considerado por alguns uma manifestação precoce do punk no Brasil, detentor de um autêntico "espírito de porco". Graças a isso, carregou durante muito tempo a fama de "banda de segunda". Não porque eram ruins, pelo contrário. Foram vítimas do preconceito ouvintes desatenciosos e incapazes de perceber que as músicas não são bregas, mas sim puro deboche!

Por outro lado, o tom humorístico da banda conquistou (e continua conquistando) uma legião de fãs fiéis ao longo dos anos, que disputam seus vinis e CDs. Além, é claro, de preparar o cenário para uma série de grupos que surgiriam nos anos 80 seguindo uma linha similar, tal qual o Língua de Trapo.

O disco abre com "Repórter Esso", música que só irá soar familiar par quem tem mais de 35 anos pois era o tema de abertura do programa homônimo (mais informações - http://migre.me/mMXlM ). A música é apenas a intro da abertura em guitarra, um timbre bem bacana. "Vai Fundo" é uma música perfeita para iniciar as partes cantadas do disco. Começa com um casamento lindo da cozinha entre baixo e bateria, com uma guitarra limpa que chega a brilhar o timbre.

o disco segue com "Apache" que é mais a introdução da música seguinte. Destaque ao timbre também que nesse disco parece ter sido escolhido depois de muito. "Funiculi Funiculá" é uma versão da tarantela italiana, mas uma versão bem metal. "Noites em Moscou" é a tradicional música russa com uma acelerada no final e gritos bem engraçados. Mas "Homem do Imposto de Renda" é um reggae satírico sobre a burocracia que tínhamos (tínhamos ? ) no Brasil.

"Diana" na sequencia para dar um up no disco para chegar ao maior clássico da banda, "Maldito fiapo de Manga", versão diferente da original do disco "São Paulo 1554  / Hoje" lançado em 1974. "Bom Dia São Paulo" é uma música de amor para a cidade que cresceu desordenadamente. "Bonanza" é uma tiração de sarro de temas de séries de TVs antigas. Mas é em "Pé na Senzala" que tenho que destacar o instrumental da banda. O baixo é simplesmente incrível deste black soul.

"Vigilante Rodoviário" é mais uma sátira de aberturas da televisão, é um clássico do programa da Tv Nacional. "Bom Dia São Paulo nº2" é uma versão mais Soul gospel desta canção. "Rock do Relógio" tem a melhor letra que Zé Rodrix canta neste disco. Essa música é simplesmente uma poesia maravilhosa da reflexão de gerações. Linda música.

"Sons de Carrilhões" é uma passagem bem humorada de um certo alguém tirando um som na guitarra e errando. Após, repete-se a "Funiculi Funiculá" porém em modo playback. "Ue O Muite Arukou" (canção de um seriado japonês...) vem introduzida por uma narração sobre o descobrimento da América e o impressionante espetáculo do moderno capitalismo.

Em "Telmo Martírio" a banda faz uma crítica pesada ao crítico de música Telmo Martírio. "Conjunto de Beira de Piscina de Filme Italiano" é mais uma passagem de Tv, desta vez de um comercial, assim como a sequente "Afrikaan Beat" que é uma tiração de sarro mais resumida.

"Dia de Ação de Graças" é a história de Joaquim Ferreira Prado um católico que se apaixona pela judia Sarita, filha de Isaac Isaias (Isaac Isaias foi um produtor da Polygram). Os familiares cercam Joaquim e fazem a circuncisão nele. Bem engraçada. Mas por falar em música engraçada, "Um Trem Passou Por Aqui" é onde eles pegam pesado no humor. A música é a história de como o Roberto Carlos perdeu sua perna e usa uma perna mecânica hoje (que na música é apelidada de Margarida). Pelo visto deus perdoa, mas o Joelho de Porco não.

"Hora de Dormir" é mais uma vinheta televisiva. Pesquisando sobre a banda, vi que Tico Terpins fazia diversos jingles para televisão. Está ai o motivo de tantas músicas referentes à televisão. O disco fecha com " A voz do Brasil", música vencedora como "Melhor Letra" no Festival dos Festivais da Tv Globo.

Enfim, são 24 músicas que cada vez que ouve quer ouvir mais. Sempre achei Zé Godrix genial, ele já esteve aqui neste blog no disco e cerveja 96. Mas a junção dele com o joelho de Porco ficou simplesmente fantástica. uma pena que o Brasil não tem mais espaço na mídia para artistas com esse nível de talento. Em janeiro deste ano, curtindo um som na casa da minha irmã, falamos sobre a banda e como ouvimos para matar a saudade de São Paulo.


Para acompanhar, nada melhor que lembrar de São Paulo, não é? Então aqui vai a cerveja "Paulistânia", da cidade de Cândido Mota. A de Malte é uma cerveja refrescante, aromática e encorpada, com um gosto ótimo de malte e amargor muito harmônico. Com apenas 4,8% de teor, ela desce muito bem.  Acompanha desde pratos leves como grelhados, sushis e saladas, e também frituras como batata frita e jiló frito.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Disco 88 cerveja 88


ULTRAJE A RIGOR - NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA - Roger se tornou patético. Hoje ele é conhecido pelo que fala e não pela música que faz. Isso mostra que um artista quando não sabe envelhecer acaba fazendo de tudo para atrair a atenção, até ser ignorante... Mas é hora de falar em passado.

Esse disco foi um marco para o rock com humor no Brasil. Claro que já tínhamos outros grupos e artistas que faziam do humor sua arma para fazer música, como o Juca Chaves e o Língua di Trapo (vencedor do último festival de música da Tv record, em 83), mas o ultraje veio para suprir isso no rock, que precisava de algo mais destacado. Os anos 80 estavam perfeitos para o rock nacional, com a mídia apoiando e dando destaque em qualquer lugar. Até em programas infantis tinham bandas como Ratos de Porão.

Ultraje veio com ironia. No som que abre o disco, o mesmo que dá o nome , já mostra como iria ser, tirando um sarro dos incomodados nas praias de São Paulo dos farofeiros da capital. Ironia na medida certa. Acredito que "Rebelde sem Causa" seja uma auto biografia 'não autorizada' do Roger. Uma música que mostra como é o playboy brasileiro, hoje chamado de moleque de prédio. Desta forma, tem de tudo mas reclama da vida.

"Mim Quer Tocar" mostra um pouco do preconceito também, especialmente na parte "Mim é brasileiro, mim gosta banana". Humor com dose de politicamente incorreto, no que hoje transformou Roger em professor. "Zoraide"vem para mostrar o amor livre, que a monogamia era chata e entediante. Uma ótima música.

"Marylou" é um dos maiores clássicos da banda. tem uma história curiosa que, quando eu estava na segunda série, no Gepal (saudades do colégio), havia uma professora da terceira série que se chamava Marilú. Com a mesma fonética, virou piada na escola. E ela adorava.

"Jessy Go" é a música que roger fez para o Lobão. Não que seja algo oficial, mas a primeira estrofe é prova digna disso.

"Não passava de um imbecil
Até que um produtor o descobriu".

Melhor definição, impossível.

'Eu me Amo" é a mais pop do disco. Seguida por 'Se você Sabia", esta talvez seja a única do disco que não se tornou um clássico da banda em shows.

Para fechar o disco, "Independente Futebol Clube" é chave de outro. música com uma letra ótima, um instrumental bacana e bem animada. Coros e backing vocals na medida exata fazem do disco um clássico no Brasil. Pena que a banda nunca mais conseguiu fazer nada que preste depois disso. Mas que marcou história, isso pode ter certeza.

Para acompanhar esse disco, indico a clássica Brahma, afinal você não vai querer estragar uma cerveja especial com um disco do Roger Moreira,vai?

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Disco 89 cerveja 89

ROBERTO CARLOS - O INIMITÁVEL - Primeiro disco lançado após Roberto Carlos deixar o programa Jovem Guarda, da TV Record, "O Inimitável" é considerado o álbum de transição do cantor, embora ainda traga todas as características daquele movimento musical.

Logo na faixa de abertura do LP, com a impactante "E Não Vou Mais Deixar Você Tão Só" (composição de Antônio Marcos), nota-se uma mudança, já que álbuns anteriores tinham canções mais ingênuas como ("Aquele Beijo que te Dei", "É Tempo de Amar" ou "Gosto do Jeitinho dela"). Este era um sinal de mudanças no repertório do músico, que gradualmente mudaria seu gênero, passando a priorizar canções mais maduras e elaboradas, seja entrando de cabeça no Soul ou seja com Rocks mais profundos e estridentes como "Se Você Pensa" e "As Curvas da Estrada de Santos" do álbum posterior. Dois grandes sucessos de "O Inimitável" foram as músicas "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" e "As Canções Que Você Fez Pra Mim" (ambas parcerias com Erasmo Carlos).

"O Inimitável" é também lembrado também pelo flerte de Roberto Carlos com o soul e o funk norte-americanos, como em "Se Você Pensa" (com Erasmo Carlos) e "Ciúme de Você" (de Luiz Ayrão) - dois dos maiores hits desse álbum. A faixa "Madrasta" foi a primeira e única canção defendida em festivais pelo cantor a ser incluída em LP e que possui grande complexidade harmônica, difícil de cantar.

Nesse disco Roberto demonstrou grande potencialidade vocal, nos discos anteriores o importante em suas músicas eram o ritmo, neste a melodia aparece em destaque e sua voz está bem colocada e com todo o seu potencial.

Para esse disco, indico a Petra Pilsen. uma cerveja leve, com 4,5% de teor e sabor para quem gosta das cervejas mais populares. Valor médio de R$3,00 a long neek.



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Disco 90 cerveja 90


ENGENHEIROS DO HAWAII - SIMPLES DE CORAÇÃO - Para esse post, vou com um disco que ouvi muito durante o início dos anos 2000. Por influência da minha irmã, acabei indo a vários shows da banda e esse disco, em minha opinião, é o melhor da banda.

O disco tem o destaque pelo lado de que Humberto saiu na mesmice do Rock gaúcho e experimentou mais. Colocou coisas mais regionais, botou o batera Maltz pra cantar parte de um som e efeitos bem interessantes para o grupo, mesmo em um disco lançado em 1995. Um bom pop rock com pegada bem gaúcha.

O disco abre com "Hora do Mergulho", um som mais ameno, com um coro feminino bem interessante no início. "A Perigo" é uma pegada mais rock, bem ao estilo dos Engenheiros do disco Várias Variáveis.

A música título é uma das melhores composições de Humberto Gessinger. composição muito brilhante para uma pessoa como HG que de genial nada tem. é um bom compositor de pop rock, mas nessa música, realmente se superou.

Lance de Dados é um violão e voz meio entediante, mas com um jeito único que só os músicos gaúchos conseguem fazer. Mas é em "A Promessa" que a banda mostra peso e animação no disco. Um ótimo som para abrir show, mas que está esquecida faz anos pela banda.

"Por Acaso" é um rockão gaúcho, mas em "Ilex Paraguariensis" é que a raiz gaúcha entra com força no disco.  Com o acordeão, viola, a letra passa por momentos que remetem aqueles interiores do Rio Grande do Sul. Bem intimista e regional, uma música bem bonita.

O baterista Carlos Maltz entra na voz em "O Castelo dos Destinos Cruzados", talvez o ponto alto do disco. O sotaque gaúcho é bem forte nesse som, talvez o batera não consiga tirar ou então (o que eu acredito que seja) nem passou isso pela cabeça, tendo em vista que os caras são do RS mesmo.

"Vícios de Linguagem" parece uma música para acabar o disco. Teria sido uma ótima escolha também, Um coro lindo feito por 'The Water Sisters"que remete aquelas igrejas americanas onde frequentavam só negros.

"Algo por você" tem um efeito na voz que pode soar estranho para muitas pessoas. Eu particularmente demorei para gostar dela. Tem uma batera marcante esse som, um eco bacana de início. Realmente esse disco se destacou na técnica de estúdio.

Para fechar a banda escolheu 'Lado a Lado", que caiu perfeita para o disco. Com diversas vozes no som, a letra começa com o clássico inter e grêmio. Massem citá-los. Ouça, não é um disco 100%, mas é um ótimo disco que temos no rock nacional e que vale muito a pena ter.

Para acompanhar esse disco, escolhi obviamente uma cerveja do Rio Grande do Sul. A cerveja é a Baldhead Kölsch. Uma cerveja ótima, com malte de trigo, aroma frutado e com baixo amargor. A garrafa é de  500 ml e custa em média R$18. Combina muito bem com salames, salsichas mais picantes e comidas mais apimentadas.


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Baita dum disco Disco 91 e uma breja bem boa 91


Essa capa é linda demais
KARMA - KARMA (1972) - Conheci o Karma uma vez que conversei com Ed Motta. Eu mais perguntava de música para ele e ele me falava mil coisas, mas quando pedi uma indicação de progressivo bão mesmo nacional ele me indicou essa banda. Foi fantástico o que eu ouvi naquele momento. Agora falo sobre o disco, rsrs

Após romper com O Terço (em breve estará na lista), Jorge Amiden logo encontrou novos parceiros. Com Luiz Mendes Junior (violão e vocal) e Alen Cazinho Terra (baixo e vocal), irmão de Renato Terra, o guitarrista daria início a sua trajetória de pouco mais de um ano como líder do Karma. Um baita power trio de rock rural, com umas passagens bem psicodélicas.

O disco começa com "Do Zero Adiante" e é algo lento, com vocais e letras marcantes, bem característicos de Amiden.  "Blusa de Linho" é o rock clássico, com baita base bacana uma flauta que tem aquela pegada meio Jethro Tull. Sonzera.

"Você Pode ir Além" é pesado, batera rápida, diretão, rockão mineirão dos bão! "Epílogo" é piração pura, música que tem pouca voz e mais instrumental, bem no progressivo que lembra umas coisas do King Crimson.

"Tributo ao Sorriso" é o clássico d'O Terço que Amiden faz no disco. O legal é o começo, feito a Capela. Sonzera. Faço um comentário fora do dico, eu conheci essa música com o Roupa Nova, fazem uma puta versão, vale a pena ouvir.

"O Jogo" é uma música linda, mais lenta e com letra mais destacada. O legal esse som é a gaita que acompanha, fina demais. "Omissão" vem depois que é até parecida com a anterior, porém sem a gaita, o que deixa um certo vazio.

"Venha Pisar na Grama" tem um vocal bacana demais, mas parece que confunde um pouco com o instrumental. Tive que ouvir em fone para conseguir entender umas passagens (adoro isso).

"Transe Um" pra mim é a melhor do disco. Instrumental lindo, aquele rock rural que só a minerada sabe fazer, e seguida por "Cara e Coroa", que fecha o disco de maneira arrepiante. Amiden fala de Valores Humanos nesse som, uma intro maravilhosa e um solo de baixo e guitarra que parece terem deixado o melhor de sua alma musical para fechar o disco.

Ouça esse disco tomando uma cerveja mineira. Escolhi a cervejaria Backer mas a Tres Lobos American Ipa, chamada de Pele Vermelha. Para um disco psicodélico o melhor é uma cerveja com um saber psicodélico. Com raspas de laranja em sua receita, essa cerveja tem um sabor mais impactante ao paladar, com uma graduação alcoólica de 7%, ela é encontrada apenas na long neek. Valor médio R$6,00

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Disco 92 cerveja 92


QUINTETO ARMORIAL - DO ROMANCE AO GALOPE NORDESTINO - O Movimento Armorial foi arquitetado por Ariano Suassuna, em 1970, na intenção de criar uma arte original e profundamente nordestina, mesclando influências ibéricas com tradições tipicamente nordestinas, que daquelas se desdobraram, além das heranças culturais trazidas pelos negros e das aprendidas com os indígenas, criando uma obra, a um só tempo, popular e erudita.
Segue texto de apresentação do grupo escrito por Suassuna, extraído da contracapa do LP:

Iniciado oficialmente em 1970, o Movimento Armorial interessa-se por Cerâmica, Pintura,Tapeçaria, Gravura, Teatro, Escultura, Romance, Poesia e Música, sendo que estamos a ponto de tentar nossas primeiras experiências no campo do Cinema e no da Arquitetura.

No que se refere à Música, o trabalho do Quinteto Armorial é o que, na minha opinião, temos de mais importante, pois contamos com compositores que já estão dando o que falar, no campo da Música brasileira e erudita, de raízes nacionais e populares.
Sem se falar dos nossos dois grandes patronos de nome já firmado - Guerra Peixe e Capiba, aqui presentes neste disco - trata-se de gente como Antonio Carlos Nóbrega de Almeida, Jarbas Maciel, Egildo Vieira, e, sobretudo, esse extraordinário Antônio José Madureira, a meu ver a maior esperança da Música brasileira atual. Assim como Gilvan Samico, partindo das xilogravuras da Literatura de Cordel, criou importância para a Cultura brasileira, o mesmo está fazendo Antônio José Madureira a partir dos cantadores do nosso Romanceiro Nordestino, dos toques de pífano, das violas e rabecas dos Cantadores - toques ásperos, "desafinados", arcaicos, acerados como gumes de faca-de-ponta.

Foram os compositores armoriais que revalorizaram o pífano, a viola sertaneja, a guitarra ibérica, a rabeca e o marimbau nordestino, estranho e belo instrumento, de som áspero e monocórdio, lembrando - como a rabeca também - os instrumentos hindus ou árabes, estes últimos de presença tão marcante no nordeste, por causa da nossa herança ibérica.

Os músicos do Quinteto Armorial poderiam ter partido em busca de dois caminhos fáceis: limitar-se, por um lado, à boa execução convencional da Música europeia, tradicional ou "de vanguarda", e procurar, por outro lado, o fácil sucesso popular, tocando, à sua maneira, "baiões" comerciais. Não o quiseram. Convencidos de que a criação é muito mais importante do que a execução, preferiram a tarefa mais dura, mais ingrata, mais difícil e mais séria: a procura de uma composição nordestina renovadora, de uma Música erudita brasileira de raízes populares, de um som brasileiro, criado para um conjunto de câmera, apto a tocar a Música europeia, é claro - principalmente a ibérica mais antiga, tão importante para nós - mas principalmente apto a expressar o que a Cultura brasileira tem de singular, de próprio e de não europeu.

O Quinteto Armorial tem seu trabalho ligado ao Departamento de Extensão Cultural da Pré-Reitoria para Assuntos Comunitários da UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.

Faixas:

1. Revoada (Antônio José Madureira) 00:00
2. Romance da Bela Infanta* (Romance ibérico do século XVI, recriado por Antônio José Madureira) 03:43
3. Mourão (Guerra Peixe) 05:36
4. Toada e Desafio (Capiba) 07:27
5. Ponteio Acutilado (Antônio Carlos Nóbrega de Almeida) 11:53
6. Repente (Antônio José Madureira) 16:25
7. Toré (Antônio José Madureira) 21:01
8. Excelência (Tema nordestino de canto fúnebre, recriado por Antônio José Madureira) 24:01
9. Bendito (Egildo Vieira) 27:03
10. Toada e Dobrado de Cavalhada (Antônio José Madureira) 31:27
11. Romance de Minervina* (Romance nordestino, provavelmente do século XIX, recriado por Antônio José Madureira) 36:19
12. Rasga (Antonio Carlos Nóbrega de Almeida) 37:52




Para esse disco, fui lembrar de uma cerveja mais voltada ao chopp lá de Fortaleza (uma cerveja do Nordeste, yes,lembrei). Drache Bier é uma cerveja mais encorpada, com teor alcóolico de 7 % e um sabor forte. Essa da foto não fui eu, tirei da internet desta vez, mas tomei quando estive no WebFor e indico para curtir esse disco maravilhoso que vem lá de Pernambuco, mas o Nordeste é uma região única. Um brinde ao Nordeste e a música Nordestina!!!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Disco 93 cerveja 93

DOCES BÁRBAROS-  DOCES BÁRBAROS - Estava em dúvida em qual disco iria colocar para esta parte da postagem. Estava certo que deveria ser alguém da Bahia, os representantes do nordeste, mas quem?

Alceu vem mais tarde. Gil? Caetano? Bethania? Gal? Por que não todos? Por isso ,escolhi o disco "Doces Bárbaros".

A junção de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethania foi para comemorar os 10 anos de carreira deles. Lançado em 1976, o disco traz composições próprias de todos e uma regravação de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos em "Fé Cega Faca Amolada" e "Atiraste Uma Pedra" de Herivelto Martins & David Nasser. No restante , só paulada própria.

O disco veio com uma paulada por ser duplo. Com pouco mais de 80 minutos, os 4 lados fazem uma viagem a todas as regiões do Brasil, sem perder o toque nordestino do quarteto. O disco de 1976 é considerado por muitos uma obra-prima da música brasileira, mas, curiosamente, na época do lançamento, foi duramente criticado.

Começando com "Eu E Ela Estávamos Ali Encostados Na Parede", música composta pelos quatro, o disco já mostra que vem coisa muito boa. Suingue, técnica e brasileirada. Tudo para ficar redondinho.  O disco segue com "Esotérico", "Eu Te Amo ", "O Seu Amor" e "Quando". Músicas que podem perfeitamente ter entrado para a galeria de inesquecíveis da MPB.

Mas os destaques do disco mesmo ficam para "Os Mais Doces Bárbaros" e  "Gênesis". Ouça. Ouça de novo e ouça mais uma vez. Este disco ficará na memória sempre. Ouça atentamente a faixa 'Índio". Tente não repetir a faixa...

Para acompanhar um disco tão diferente, precisei me lembrar da regionalização da cerveja. A produção de cervejas especiais tem uma grande demanda no sul e sudeste. Não conheço uma cerveja vinda do nordeste (quem souber e puder indicar, fico agradecido), então peguei uma dica que vem do norte Mais precisamente do Pará.

Eleita a melhor cerveja do Brasil em 2014, no festival de Santa Catarina, a Amazon de Açaí (Amazon Açai Stout), é uma cerveja com um sabor marcante. Particularmente eu não gosto de açaí, mas essa cerveja realmente surpreende. Qualidade, saber, leveza e tudo que esperamos de uma cerveja fora do convencional.  Com um teor um pouco mais forte (7,2%) a cerveja mereceu  prêmio. Abra uma para curtir o disco.Garanto que não rá se arrepender.



domingo, 28 de setembro de 2014

Disco 94 cerveja 94


Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede – Vagabundo  - Esse disco, mesmo sendo algo mais novo – ele foi lançado em 2004 – merece estar entre os 100 de indicação. Explico.  A junção de um dos melhores intérpretes do Brasil com um arranjador universal claro que sairia algo bom, mas esse disco foi realmente extraordinário para a MPB atual. Arranjos riquíssimos, regravações que fazem ter dúvida se a melhor foi a original mesmo... Esse disco simplesmente merece por ter inovado, algo que os artistas não conseguem hoje em dia.

O disco abre com “A Ordem é Samba” de Jackson do Pandeiro e Severino Ramos. Versão pesada de um samba com guitarra marcante. O disco abre com uma música perfeita para iniciar um show. Poucos conseguem isso.

“Seres Tupy”, composição de Pedro Luis,remete a capoeira e tem um refrão  que, mesmo dizendo o óbvio, tem uma poesia maravilhosa. “De Porto Alegre ao Acre, a pobreza só muda o sotaque”. Alguém consegue discordar?

“Transpiração” e “Interesse” mostram a riqueza de ritmos que Pedro Luis consegue compor, com arranjos lindos, sendo que a primeira é uma regravação do Itamar Assunção - que estará na lista dos 100 em breve ;) -.

“Assim Assado” fica fiel a original. Nada mais justo de ser feito. Mas é em “Noite Severina” que provavelmente a dupla surpreende. Além da divisão de vozes ter um encaixe perfeito, o violão mais aveludado dá a calmaria necessária que o disco pede na hora. Ela, sem medo de errar, é a melhor do disco.

A faixa título é um samba dos mais agradáveis de escutar. E com uma letra que faz enrolar a língua que só mesmo Ney Matogrosso para conseguir cantar com clareza. Da mesma forma acontece em “Napoleão”...

O disco ainda tem a regravação de Martinho da Vila na “Disritmia” onde Ney e Pedro fazem um dueto sensacional. “Me deixe hipnotizado pra acabar de vez com essa disritmia”...

Em “Tempo Afora”  eles mostram o peso que podem colocar dentro da MPB, assim como na “Jesus”. Peso e melodia misturados para voltar-se a música brasileira.

“Finalmente” de Itamar Assunção e “O Mundo” de André Abujamra fecham o disco de forma melancólica, mas sem ser melosa. A música de Abujamra é de uma poesia sensacional, e ficou infinitamente melhor que a original, gravado pela banda de Abujamra, Karnak, no disco de estreia com o mesmo nome da banda.

O disco ficou tão bom que acabou gerando um ao vivo com alguns bônus, como outros sons do Secos & Molhados e os mais batucantes do PLAP.

Esse disco é ótimo, acima da média do que hoje as pessoas fazem na MPB. Esta está engessada, com artistas limitados que se voltam apenas para a poesia da música, esquecendo muitas vezes da parte musical. O violão e voz de hoje não consegue evoluir. Historicamente, Ney Matogrosso é um artista que se reinventa. Nada de limitações, desde o rock até o mais puro samba. Obviamente ele estará ainda mais vezes nessa lista.

Para acompanhar esse disco, vou indicar uma cerveja que combina com a fineza e atualidade dele. A Tupiniquim,

A Tupiniquim Weiss é uma Cerveja de Trigo, tem aroma agradável de frutas, um sabor equilibrado entre o dulçor leve do malte e notas suaves de banana e cravo. De preferência, a de litro. Mais cerveja é sempre melhor.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Disco 95 Cerveja 95

ERASMO CARLOS - CARLOS, ERASMO - “Considero o Carlos, Erasmo minha estreia na música adulta depois do prazeroso BÊ-A-BÁ da Jovem Guarda”. Com essas palavras Eramos Carlos define esse disco. Sinceramente, falo sem medo de errar que é o verdadeiro rei do rock brasileiro. Até hoje o tremendão faz um show pesado, no melhor estilo 'tiozão transão'.

O disco é um marco não só para Eramos, mas também para a música brasileira em si, pois a geração Jovem Guarda estava crescendo, e os músicos precisavam evoluir. Uns bateram no romantismo, uns foram para o rock e muitos para algo mais psicodélico.

Erasmo é rock. Sempre foi e até hoje é rockão em sua essência. Mas neste disco ele deixou o lado rock um pouco de lado e arriscou algo mais voltado ao soul e MPB. E é o lado mais maluco da MPB.

“De Noite na Cama” abre o disco, uma faixa composta por Caetano Veloso especialmente para Erasmo. A faixa por si só já era polêmica porque, na época, foi associada à apologia ao uso de maconha, depois admitida por Caetano. O mais interessante da história é o nome da música que fecha o trabalho. "Maria Joana".

"Masculino Feminino" é algo que faz lembrar Bob Dylan em certos momentos. "É Preciso Dar Um Jeito Meu Amigo" é parceria com Roberto Carlos e um rock n roll bem típico que ele fazia na jovem Guarda. "Dois Animais Na Selva Suja Da Rua" é de Taiguara e o começo da psicodelia.

Destaque para "Agora Ninguém Chora Mais", de Jorge Ben. uns vocais malucos bem trabalhados. Isso com um efeito surround deve ficar maravilhoso e para "Mundo Deserto", parceria com Roberto que tem um soul bem dançante.

O disco vale demais ter, é daqueles que se escuta do início ao fim. Para acompanhar um disco desse, indico a cerveja Harboe Strong Extra , da Alemanha. São 12% de teor alcoólico e sabor adocicado. Tomando ela dá pra chegar na sintonia do disco.

Saúde!




segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Disco 96 Cerveja 96





ZÉ RODRIX - QUEM SABE SABE, QUEM NÃO SABE NÃO PRECISA SABER - Em 1974, Zé Rodrix concebeu um dos melhores discos daquele ano e da sua carreira: acompanhado pela banda intitulada "Agência De Mágicos", formada apenas para esta gravação, ele chegava ao público "cabeça", com um punhado de canções emocionantes, de arranjos poderosos, rock irresistível, pra dançar e pensar. "QUEM SABE SABE QUEM NÃO SABE NÃO PRECISA SABER", um álbum quase psicodélico, cuja faixa-título, um diamante em estado bruto, trazia na sua base, um rock vigoroso, com instrumentos de sopro e bateria seca, entremeada de belos solos de guitarra, sua acidez vinha a tona. O som do álbum flui solto no restante das canções, num repertório bem equilibrado, que vai do rock mais moderno ao mais nostálgico, passando por belas baladas ao piano. Uma obra-prima incontestável. "Era o meu sonho fazer um disco assim. Meses depois, o Tim Maia montou a banda Vitória Régia e começou a fazer a mesma coisa", lembrou bem Zé Rodrix.

Ouça atentamente o disco. Ouça novamente. Ouça mais uma vez e depois coloque fones para ouvir. Cada hora vai descobrir algo novo .

Para acompanhar esse disco, precisei recorrer as cervejas clássicas. Fica a dica de degustar VÁRIAS "Original" da Antárctica.  Nem preciso especificar essa cerveja não é? Igual a obra de Zé Rodrix...




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Disco 97 Cerveja 97


OS MUTANTES - Este disco é coisa nova. Nova e velha. O retorno d'Os Mutantes foi algo sensacional, especialmente para uma geração que não pode ver a banda tocando como foi a minha.  Em 2007 eles fizeram o show de aniversário da cidade de São Paulo e pude ao menos ver com Arnaldo, mas sem Rita. Mas este disco...

O disco quando foi anunciado foi algo estranho. Será que seria bacana? Arnaldo já avisou que pularia fora. O último disco tinha sido o 'Tudo Foi Feito Pelo Sol" (turnê atual da banda é o disco na íntegra).

Ouvi a primeira vez indo para Marília, cidade do interior de São Paulo. Fui para trabalhar em um jornal local. O disco me conquistou logo de cara.

Disseco agora.

Haih or Amortecedor é um disco cheio de enigmas. Coisas se descobrem depois de ouvir algumas vezes. Haih quer dizer corvo. O mesmo da capa e o mesmo presente em outras partes do disco.

O disco começa e termina com uma colagem, “Hymns of the World Pt.1 (Intro)” e “Hymns of the World Pt.2 (Final)”. Na primeira parte, Vladimir Putin dirige-se ao exército soviético, na segunda, o hino brasileiro mesclado com o soviético.

"Querida Querida" mostra uma música perfeita para abrir show, e Bia Mendes atinge notas altíssimas, impressionante. E como sempre, o jogo de palavras típica das letras de Sergio Dias, único mutante original do disco.

'Teclar' é o típico romance moderno. Interessante que nessa música -como outras do disco- ele retoma o passado da banda. "Sabe a vizinha daquele janeiro? Casou-se com um motoqueiro". Arrepia.

"2000 e agarrum" é uma das músicas mais divertidas que já escutei. Muito legal, lembra um tanto a regravação de "2001" do Tom Zé que os Mutantes fizeram nos anos 70 e posterior com o ao vivo em Londres com a Zélia cantando. Bia consegue cantar com rapidez e clareza cada nota de sua voz, e um sotaque mais lindo que dá para se apaixonar só ouvindo. Se o disco tivesse só essa música já valeria a pena. Mas tem muito mais...

"O Careca" é a que mais puxa para o rock progressivo psicodélico. Música com contra tempo pesado e um teclado que 'frita' o tempo todo do refrão. Espero que ao ouvir este disco já esteja alterado com a cerveja já nessa música.

"Bagdad Blues" joga com personagens atuais, um blues cadenciado mais puxado para os do B.B. King. É seguida pela "O Mensageiro" que tem o melhor refrão do disco (e ainda cita o corvo da capa).

O companheiro tropicalista Tom Zé é co-autor de seis faixas e ainda divide com Bia Mendes os vocais de “Anagrama”, uma balada bem puxada ao pop, mas com uma letra curiosa. Maioria das palavras não são terminadas. Só escutando para entender.

"Samba do Fidel" é inegavelmente comparável com "El Justicero"  de 1971.  “Nada Mudou” também lembra a sonoridade antiga, principalmente o instrumental a la Beatles e os vocais mais adocicados de Sérgio Dias.

 “Neurociência do Amor” tem uma cara bem atual, com uns contratempos que me fez lembrar de Zé Rodrix. Para terminar as composições - antes da coagem que inicia e termina o disco- "Gopala Krishna Om" é mais um mantra que mistura dialetos. Bem maluco.

Mesmo sendo um disco atual, ele entra nos 100 mais do Brasil  pois depois dos anos 90 são poucos discos que merecem algo. Esse disco veio como uma surpresa maravilhosa, sem rótulos de rock, pop, jazz, blues, samba, o que for. Composições livres, misturas de línguas, Um disco que daqui uns anos vai voltar aos ouvidos das pessoas. Igual os caras fazem hoje  com o "Tudo Foi Feito Pelo Sol"

Para ouvir esse disco precisa de uma cerveja forte com alto teor alcoólico. Faxe Extra, cereja Dinamarquesa e com 10% de teor alcoólico. Preferencialmente , tomar na caneca de um litro. Cerveja que conforme você vai bebendo, ela vai adocicando. Portanto, mesmo esquentando ela pode ser degusta. Ela tem uma cor dourada.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Disco 98 cerveja 98




OS BORGES - Sou um tanto suspeito para falar sobre música mineira, em especial da família Borges. Até hoje os caras mandam ver na cena musical de Belo Horizonte. E isso começou faz uns 40 anos.

Neste disco a família se reuniu para ter uma diversão. Apenas dois convidados para este disco para cravar de vez o nome d'Os Borges no cenário musical. Milton Nascimento, que é um membro da família e Elis Regina.

Composições próprias da família - e uma música folclórica - o disco pode ser chamado de 'música mineira alegre', tamanha intimidade que ele nos dá.

"Em Família" abre o disco com um toque de humor. "Carona" "Um Sonho na Correnteza" e "Qualquer Caminho" é o que podemos dizer da essência da música mineira. A mistura da música caipira com o progressivo e o jazz. Coisa fina de se ouvir.

"Outro Cais" é uma psicodelia  ótima com a voz de Elis Regina. Ela, muito amiga da família, tempos antes gravou uma música de Telo Borges, a "Vento de Maio". Lô Borges gravou em seu primeiro disco também , conhecido como "Tênis".

Lô Borges pegou de seu primeiro disco e regravou "Eu sou como você é" com a família. Versão linda.  Na música "Daniel", uma guitarra única, um rif de entrada que marca. Sinceramente, uma das composições mais belas que pude escutar.

O disco fecha com o mestre Milton Nascimento (que entrará muito nesta lista de 100 discos) com "Pros Meninos".

Um disco para quem quem entender um pouco mais da história da música mineira. E nada melhor que degustar uma cerveja mineira.

Para este disco, acompanha muito bem uma Backer Pale Ale. É a típica inglesa: ruiva, encorpada, de amargor pronunciado e alta fermentação.

Família: Ale
Estilo: English Pale Ale
% alc.: 4,8
Volume: 355ml
Origem: Belo Horizonte - MG - Brasil
Cervejaria: Cervejaria Backer
Coloração: Alaranjado
Espuma: Média formação e baixa persistência
Aparência: Límpida

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Disco 99 Cerveja 99

Tim Maia - Tim Maia (1971)

Segundo disco do rei do Soul Funk brasileiro. Este segundo LP de Tim mostra um compositor maduro e seguro em comparação ao primeiro disco. Com mais desenvoltura e com um time nota 10 ( Pinduca no vibrafone e Chacal na percussão, esse disco já nasce com nomes de peso).

O disco já inicia com "A Festa de Santo Reis", uma das composições mais brilhantes de Tim com parceria de Marcos Leonardo. Depois vem um dos maiores sucessos de Tim, "Não quero dinheiro", música que dispensa apresentações.

A reflexiva "Um dia Chego Lá" mostra um lado mais filosófico de Tim, onde com suing ele já contava as angústias da meritocracia, onde o trabalhador só rala e nada de ficar com a vida mais tranquila. Quem leu a biografia de Tim Maia escrita por Sérgio Motta vai saber. Se não leu, leia.

Em não vou ficar, Tim mostra toda sua influência da música negra americana. Curiosamente, Roberto Carlos regravou essa música em seu LP de 1969 (anterior a esse do Tim) e que fez a música estourar Seis semanas seguidas como líder e mais pedida da Rádio Brasil. Tim ainda deu uma variada no tempo da música, deixando mais cadenciada do que dançante. Resultado, deixou perfeito o que já era fantástico.

"Você" abre um lamento de Tim.  Foi a primeira canção que Tim virou referência em canto chorado. O sentimento na música arrepia a qualquer momento de se escutar. Quem nunca cantou junto "Sou feliz agora, não, não vá embora não" ?

Este disco é feito para se escutar da primeira a última música sem pular um som sequer. Destaque para as três músicas em inglês do disco, todas de composição de Tim Maia. Broken Heart,  I Don't Know What to Do with Myself e I Don´t Care. Discão...

Para ouvir esse disco eu escolhi uma cerveja que acredito Tim Maia gostava. Digo isso pois ele era muito mais da pinga e uísque do que a cerveja. Mas na década de 70 a cerveja escura era uma coisa que estava entrando em moda na boêmia brasileira. Indico a Kaiser Bock por ser uma cerveja tradicional, encorpada, com um avermelhado único. Tal qual o som do Tim Maia.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Disco 100 / Cerveja 100

Começo com o disco que, para mim é o melhor da música psicodélica brasileira.

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Acabou Chorare, Novos Baianos.
Lançado em 1972, o segundo disco do grupo trouxe uma sonoridade única, com o rock virtuoso sendo mesclado com a música brasileira popular.Deste disco, saíram clássicos eternos como "Preta Pretinha" que volta-se à música baiana; "Tinindo Trincando", música de virtuosismo e com uma letra que remete-se a cocaína. Sem esquecer, claro da música "acabou Chorare", uma composição linda com uma letra absurdamente psicodélica.
Em "Swing de Campo Grande" é considerado samba de salão e sua letra alude ao carnaval e possui forte carga mística; um guia de música escrito por David Bowman e Paul Terry recomenda a listen to Swing de Campo Grande and notice the distinctive guitar sound.46 Segundo Boca de Cantor, letrista da canção, os militares da ditadura imaginavam que os Novos Baianos fossem "terroristas fantasiados de hippies" e que começaram a caçá-los; certa vez, ele conheceu um rezador que aconselhava tranquilidade nas horas difíceis e dizia: "vocês [Os Novos Baianos] são gente legal. O mal não colocará seus olhos em vós." O rezador então ensinou a simpatia que foi parar na letra da canção: "Quando receberem mau-olhado, virem 'toco', virem 'moita'." Para o grupo, isso significou disfarçar, passar pelos postos da Polícia Rodoviária e olharem para si mesmos, para suas próprias línguas, assim ninguém os veria, e, de fato, eles ficaram cinco anos sem pagar o IPVA do automóvel.

Este disco deveria estar na obrigatoriedade de se escutar nas escolas do Brasil. Remete a história da música e política, dado o momento que o Brasil passava.

Para escutar este disco, eu indico uma cerveja fantástica.

Delirium Tremens - Belgian Golden Strong Ale, Ale, 8.5%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Dourada, levemente turva.
Espuma: Boa formação e média duração, de cor branca, boa consistência.
Aroma: Malte, doce, frutado (abacaxi), fermento, fenólico, picante, condimentado,leve álcool.
Paladar: Malte, doce, frutado (abacaxi), fenólico, picante, condimentado, álcool, bom amargor final, bom corpo.

Ótima cerveja. Uma clássica belga que deve ser degustada por todos que se interessam por boas cervejas.

Valor médio - R$20 (Mamãe Bebidas MG)

100 discos e 100 cervejas

Começo esse tópico com a promessa (já que estamos em reta final de eleição) de completá-lo.

Começo agora uma série, pensada em uma mesa de bar sobre música e cerveja. Por que não indicar 50 discos e quais cervejas boas para acompanhá-los?
Percebi que 50 discos para mim seria pouco, cometeria injustiças com alguns discos que simplesmente não podem ficar de fora da história da música brasileira.

Portanto vamos iniciar a lista?

Espero que aproveitem as indicações. Os discos foram escolhido por questão de gosto e importância histórico cultural para a música brasileira.

Todos os discos eu conheço de início ao fim, passagens e maior parte eu os tenho.

As cervejas, bom eu tomei todas, as fotos em sua maior parte foram tiradas por mim, então a indicação é certamente mais confiável que aquele catálogo na sua distribuidora.

Bora lá?

terça-feira, 22 de julho de 2014

Ele se sentou. Estava cansado das mesmas coisas. Refletiu sobre algumas, alguns, e até nenhum
Entrou em um interior diferente. Do lixo, escuro.
Pensou consigo mesmo.
Lembrou de quando era mais novo. Cada passo, cada gesto. Tudo ali era comum.
Ciente disso, decidiu abrir mão. Sentou-se mesmo andando e se viu longe...lá longe
Não gostou.
Pulou e começou de novo 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

SHA


Destinos cruzados sem planos
Até quando isso é possível
Deuses e Deusas jogando com fantasias

Até quando o sonho ficará apenas como sonho? 

TA


Nunca o olhar trocado foi tão comunicativo.
As trocas, as investidas, as imaginações
Morreremos juntos, mesmo estando separados

Onde a vida pode encontrar a linha linear da fantasia

Na


Sei que o mundo nunca foi grande suficiente
Nem minha coragem
Mas por onde andaria?
Fica imaginando, sempre encontrar por acidente... Um dia!

Lembro-me do quase
Do sempre
Do nunca e do agora. O agora que nunca teve.

Ou será que teremos?