terça-feira, 28 de outubro de 2014

Disco 89 cerveja 89

ROBERTO CARLOS - O INIMITÁVEL - Primeiro disco lançado após Roberto Carlos deixar o programa Jovem Guarda, da TV Record, "O Inimitável" é considerado o álbum de transição do cantor, embora ainda traga todas as características daquele movimento musical.

Logo na faixa de abertura do LP, com a impactante "E Não Vou Mais Deixar Você Tão Só" (composição de Antônio Marcos), nota-se uma mudança, já que álbuns anteriores tinham canções mais ingênuas como ("Aquele Beijo que te Dei", "É Tempo de Amar" ou "Gosto do Jeitinho dela"). Este era um sinal de mudanças no repertório do músico, que gradualmente mudaria seu gênero, passando a priorizar canções mais maduras e elaboradas, seja entrando de cabeça no Soul ou seja com Rocks mais profundos e estridentes como "Se Você Pensa" e "As Curvas da Estrada de Santos" do álbum posterior. Dois grandes sucessos de "O Inimitável" foram as músicas "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" e "As Canções Que Você Fez Pra Mim" (ambas parcerias com Erasmo Carlos).

"O Inimitável" é também lembrado também pelo flerte de Roberto Carlos com o soul e o funk norte-americanos, como em "Se Você Pensa" (com Erasmo Carlos) e "Ciúme de Você" (de Luiz Ayrão) - dois dos maiores hits desse álbum. A faixa "Madrasta" foi a primeira e única canção defendida em festivais pelo cantor a ser incluída em LP e que possui grande complexidade harmônica, difícil de cantar.

Nesse disco Roberto demonstrou grande potencialidade vocal, nos discos anteriores o importante em suas músicas eram o ritmo, neste a melodia aparece em destaque e sua voz está bem colocada e com todo o seu potencial.

Para esse disco, indico a Petra Pilsen. uma cerveja leve, com 4,5% de teor e sabor para quem gosta das cervejas mais populares. Valor médio de R$3,00 a long neek.



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Disco 90 cerveja 90


ENGENHEIROS DO HAWAII - SIMPLES DE CORAÇÃO - Para esse post, vou com um disco que ouvi muito durante o início dos anos 2000. Por influência da minha irmã, acabei indo a vários shows da banda e esse disco, em minha opinião, é o melhor da banda.

O disco tem o destaque pelo lado de que Humberto saiu na mesmice do Rock gaúcho e experimentou mais. Colocou coisas mais regionais, botou o batera Maltz pra cantar parte de um som e efeitos bem interessantes para o grupo, mesmo em um disco lançado em 1995. Um bom pop rock com pegada bem gaúcha.

O disco abre com "Hora do Mergulho", um som mais ameno, com um coro feminino bem interessante no início. "A Perigo" é uma pegada mais rock, bem ao estilo dos Engenheiros do disco Várias Variáveis.

A música título é uma das melhores composições de Humberto Gessinger. composição muito brilhante para uma pessoa como HG que de genial nada tem. é um bom compositor de pop rock, mas nessa música, realmente se superou.

Lance de Dados é um violão e voz meio entediante, mas com um jeito único que só os músicos gaúchos conseguem fazer. Mas é em "A Promessa" que a banda mostra peso e animação no disco. Um ótimo som para abrir show, mas que está esquecida faz anos pela banda.

"Por Acaso" é um rockão gaúcho, mas em "Ilex Paraguariensis" é que a raiz gaúcha entra com força no disco.  Com o acordeão, viola, a letra passa por momentos que remetem aqueles interiores do Rio Grande do Sul. Bem intimista e regional, uma música bem bonita.

O baterista Carlos Maltz entra na voz em "O Castelo dos Destinos Cruzados", talvez o ponto alto do disco. O sotaque gaúcho é bem forte nesse som, talvez o batera não consiga tirar ou então (o que eu acredito que seja) nem passou isso pela cabeça, tendo em vista que os caras são do RS mesmo.

"Vícios de Linguagem" parece uma música para acabar o disco. Teria sido uma ótima escolha também, Um coro lindo feito por 'The Water Sisters"que remete aquelas igrejas americanas onde frequentavam só negros.

"Algo por você" tem um efeito na voz que pode soar estranho para muitas pessoas. Eu particularmente demorei para gostar dela. Tem uma batera marcante esse som, um eco bacana de início. Realmente esse disco se destacou na técnica de estúdio.

Para fechar a banda escolheu 'Lado a Lado", que caiu perfeita para o disco. Com diversas vozes no som, a letra começa com o clássico inter e grêmio. Massem citá-los. Ouça, não é um disco 100%, mas é um ótimo disco que temos no rock nacional e que vale muito a pena ter.

Para acompanhar esse disco, escolhi obviamente uma cerveja do Rio Grande do Sul. A cerveja é a Baldhead Kölsch. Uma cerveja ótima, com malte de trigo, aroma frutado e com baixo amargor. A garrafa é de  500 ml e custa em média R$18. Combina muito bem com salames, salsichas mais picantes e comidas mais apimentadas.


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Baita dum disco Disco 91 e uma breja bem boa 91


Essa capa é linda demais
KARMA - KARMA (1972) - Conheci o Karma uma vez que conversei com Ed Motta. Eu mais perguntava de música para ele e ele me falava mil coisas, mas quando pedi uma indicação de progressivo bão mesmo nacional ele me indicou essa banda. Foi fantástico o que eu ouvi naquele momento. Agora falo sobre o disco, rsrs

Após romper com O Terço (em breve estará na lista), Jorge Amiden logo encontrou novos parceiros. Com Luiz Mendes Junior (violão e vocal) e Alen Cazinho Terra (baixo e vocal), irmão de Renato Terra, o guitarrista daria início a sua trajetória de pouco mais de um ano como líder do Karma. Um baita power trio de rock rural, com umas passagens bem psicodélicas.

O disco começa com "Do Zero Adiante" e é algo lento, com vocais e letras marcantes, bem característicos de Amiden.  "Blusa de Linho" é o rock clássico, com baita base bacana uma flauta que tem aquela pegada meio Jethro Tull. Sonzera.

"Você Pode ir Além" é pesado, batera rápida, diretão, rockão mineirão dos bão! "Epílogo" é piração pura, música que tem pouca voz e mais instrumental, bem no progressivo que lembra umas coisas do King Crimson.

"Tributo ao Sorriso" é o clássico d'O Terço que Amiden faz no disco. O legal é o começo, feito a Capela. Sonzera. Faço um comentário fora do dico, eu conheci essa música com o Roupa Nova, fazem uma puta versão, vale a pena ouvir.

"O Jogo" é uma música linda, mais lenta e com letra mais destacada. O legal esse som é a gaita que acompanha, fina demais. "Omissão" vem depois que é até parecida com a anterior, porém sem a gaita, o que deixa um certo vazio.

"Venha Pisar na Grama" tem um vocal bacana demais, mas parece que confunde um pouco com o instrumental. Tive que ouvir em fone para conseguir entender umas passagens (adoro isso).

"Transe Um" pra mim é a melhor do disco. Instrumental lindo, aquele rock rural que só a minerada sabe fazer, e seguida por "Cara e Coroa", que fecha o disco de maneira arrepiante. Amiden fala de Valores Humanos nesse som, uma intro maravilhosa e um solo de baixo e guitarra que parece terem deixado o melhor de sua alma musical para fechar o disco.

Ouça esse disco tomando uma cerveja mineira. Escolhi a cervejaria Backer mas a Tres Lobos American Ipa, chamada de Pele Vermelha. Para um disco psicodélico o melhor é uma cerveja com um saber psicodélico. Com raspas de laranja em sua receita, essa cerveja tem um sabor mais impactante ao paladar, com uma graduação alcoólica de 7%, ela é encontrada apenas na long neek. Valor médio R$6,00

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Disco 92 cerveja 92


QUINTETO ARMORIAL - DO ROMANCE AO GALOPE NORDESTINO - O Movimento Armorial foi arquitetado por Ariano Suassuna, em 1970, na intenção de criar uma arte original e profundamente nordestina, mesclando influências ibéricas com tradições tipicamente nordestinas, que daquelas se desdobraram, além das heranças culturais trazidas pelos negros e das aprendidas com os indígenas, criando uma obra, a um só tempo, popular e erudita.
Segue texto de apresentação do grupo escrito por Suassuna, extraído da contracapa do LP:

Iniciado oficialmente em 1970, o Movimento Armorial interessa-se por Cerâmica, Pintura,Tapeçaria, Gravura, Teatro, Escultura, Romance, Poesia e Música, sendo que estamos a ponto de tentar nossas primeiras experiências no campo do Cinema e no da Arquitetura.

No que se refere à Música, o trabalho do Quinteto Armorial é o que, na minha opinião, temos de mais importante, pois contamos com compositores que já estão dando o que falar, no campo da Música brasileira e erudita, de raízes nacionais e populares.
Sem se falar dos nossos dois grandes patronos de nome já firmado - Guerra Peixe e Capiba, aqui presentes neste disco - trata-se de gente como Antonio Carlos Nóbrega de Almeida, Jarbas Maciel, Egildo Vieira, e, sobretudo, esse extraordinário Antônio José Madureira, a meu ver a maior esperança da Música brasileira atual. Assim como Gilvan Samico, partindo das xilogravuras da Literatura de Cordel, criou importância para a Cultura brasileira, o mesmo está fazendo Antônio José Madureira a partir dos cantadores do nosso Romanceiro Nordestino, dos toques de pífano, das violas e rabecas dos Cantadores - toques ásperos, "desafinados", arcaicos, acerados como gumes de faca-de-ponta.

Foram os compositores armoriais que revalorizaram o pífano, a viola sertaneja, a guitarra ibérica, a rabeca e o marimbau nordestino, estranho e belo instrumento, de som áspero e monocórdio, lembrando - como a rabeca também - os instrumentos hindus ou árabes, estes últimos de presença tão marcante no nordeste, por causa da nossa herança ibérica.

Os músicos do Quinteto Armorial poderiam ter partido em busca de dois caminhos fáceis: limitar-se, por um lado, à boa execução convencional da Música europeia, tradicional ou "de vanguarda", e procurar, por outro lado, o fácil sucesso popular, tocando, à sua maneira, "baiões" comerciais. Não o quiseram. Convencidos de que a criação é muito mais importante do que a execução, preferiram a tarefa mais dura, mais ingrata, mais difícil e mais séria: a procura de uma composição nordestina renovadora, de uma Música erudita brasileira de raízes populares, de um som brasileiro, criado para um conjunto de câmera, apto a tocar a Música europeia, é claro - principalmente a ibérica mais antiga, tão importante para nós - mas principalmente apto a expressar o que a Cultura brasileira tem de singular, de próprio e de não europeu.

O Quinteto Armorial tem seu trabalho ligado ao Departamento de Extensão Cultural da Pré-Reitoria para Assuntos Comunitários da UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.

Faixas:

1. Revoada (Antônio José Madureira) 00:00
2. Romance da Bela Infanta* (Romance ibérico do século XVI, recriado por Antônio José Madureira) 03:43
3. Mourão (Guerra Peixe) 05:36
4. Toada e Desafio (Capiba) 07:27
5. Ponteio Acutilado (Antônio Carlos Nóbrega de Almeida) 11:53
6. Repente (Antônio José Madureira) 16:25
7. Toré (Antônio José Madureira) 21:01
8. Excelência (Tema nordestino de canto fúnebre, recriado por Antônio José Madureira) 24:01
9. Bendito (Egildo Vieira) 27:03
10. Toada e Dobrado de Cavalhada (Antônio José Madureira) 31:27
11. Romance de Minervina* (Romance nordestino, provavelmente do século XIX, recriado por Antônio José Madureira) 36:19
12. Rasga (Antonio Carlos Nóbrega de Almeida) 37:52




Para esse disco, fui lembrar de uma cerveja mais voltada ao chopp lá de Fortaleza (uma cerveja do Nordeste, yes,lembrei). Drache Bier é uma cerveja mais encorpada, com teor alcóolico de 7 % e um sabor forte. Essa da foto não fui eu, tirei da internet desta vez, mas tomei quando estive no WebFor e indico para curtir esse disco maravilhoso que vem lá de Pernambuco, mas o Nordeste é uma região única. Um brinde ao Nordeste e a música Nordestina!!!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Disco 93 cerveja 93

DOCES BÁRBAROS-  DOCES BÁRBAROS - Estava em dúvida em qual disco iria colocar para esta parte da postagem. Estava certo que deveria ser alguém da Bahia, os representantes do nordeste, mas quem?

Alceu vem mais tarde. Gil? Caetano? Bethania? Gal? Por que não todos? Por isso ,escolhi o disco "Doces Bárbaros".

A junção de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethania foi para comemorar os 10 anos de carreira deles. Lançado em 1976, o disco traz composições próprias de todos e uma regravação de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos em "Fé Cega Faca Amolada" e "Atiraste Uma Pedra" de Herivelto Martins & David Nasser. No restante , só paulada própria.

O disco veio com uma paulada por ser duplo. Com pouco mais de 80 minutos, os 4 lados fazem uma viagem a todas as regiões do Brasil, sem perder o toque nordestino do quarteto. O disco de 1976 é considerado por muitos uma obra-prima da música brasileira, mas, curiosamente, na época do lançamento, foi duramente criticado.

Começando com "Eu E Ela Estávamos Ali Encostados Na Parede", música composta pelos quatro, o disco já mostra que vem coisa muito boa. Suingue, técnica e brasileirada. Tudo para ficar redondinho.  O disco segue com "Esotérico", "Eu Te Amo ", "O Seu Amor" e "Quando". Músicas que podem perfeitamente ter entrado para a galeria de inesquecíveis da MPB.

Mas os destaques do disco mesmo ficam para "Os Mais Doces Bárbaros" e  "Gênesis". Ouça. Ouça de novo e ouça mais uma vez. Este disco ficará na memória sempre. Ouça atentamente a faixa 'Índio". Tente não repetir a faixa...

Para acompanhar um disco tão diferente, precisei me lembrar da regionalização da cerveja. A produção de cervejas especiais tem uma grande demanda no sul e sudeste. Não conheço uma cerveja vinda do nordeste (quem souber e puder indicar, fico agradecido), então peguei uma dica que vem do norte Mais precisamente do Pará.

Eleita a melhor cerveja do Brasil em 2014, no festival de Santa Catarina, a Amazon de Açaí (Amazon Açai Stout), é uma cerveja com um sabor marcante. Particularmente eu não gosto de açaí, mas essa cerveja realmente surpreende. Qualidade, saber, leveza e tudo que esperamos de uma cerveja fora do convencional.  Com um teor um pouco mais forte (7,2%) a cerveja mereceu  prêmio. Abra uma para curtir o disco.Garanto que não rá se arrepender.