Senti sua respiração quente e afobada na minha nuca. Eu
suava e tentava me segurar em algum lugar para não cair, pois nossos corpos
ocupavam o mesmo minúsculo espaço. Equilibrava-me nas pontas dos pés enquanto
sentia todo esse êxtase matinal.
Você, me tocava, falando baixo em meus ouvidos. Não sentia
nada. Quando encontramos o amor de nossas vidas, dizem que o tempo fica
estático. Não via nada se mover. Tudo parecia apenas preto e branco. Nós, ali
naquele momento, era o único projeto de cor...
Suor escorrendo pelas minhas costas. Ele me apertava forte,
depois suave. Lambia meu pescoço como se fosse seu maior desejo em vida.
Me jogando na cama, senti que seria o momento de abrir meu
mundo. Sim, doo-me a você. Suas mãos passeavam em meu corpo, suas mordidas, que
tanto reclamo, eram carinhos em minha barriga. Pegando forte. Me senti
desejada. Me senti possuída, me senti um objeto. Me senti mulher naquele
instante.
Lembrei de todos os amores que tive; dos que eu não tive;
dos que ainda terei. Nada estaria comparado a esse momento. Explosões em fogos
dentro de mim. Não era mais responsável pelos meus atos. Os corpos simplesmente
se moviam conforma a música pedia. Os movimentos intensos, os arranhões e
mordidas. Tudo tão forte.
A porta se abre. Vejo o rosto dele me olhando com uma pessoa
na cama, com o vestido levantado e ofegante.
(continua)
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