segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Intensidade


Senti sua respiração quente e afobada na minha nuca. Eu suava e tentava me segurar em algum lugar para não cair, pois nossos corpos ocupavam o mesmo minúsculo espaço. Equilibrava-me nas pontas dos pés enquanto sentia todo esse êxtase matinal.

Você, me tocava, falando baixo em meus ouvidos. Não sentia nada. Quando encontramos o amor de nossas vidas, dizem que o tempo fica estático. Não via nada se mover. Tudo parecia apenas preto e branco. Nós, ali naquele momento, era o único projeto de cor...

Suor escorrendo pelas minhas costas. Ele me apertava forte, depois suave. Lambia meu pescoço como se fosse seu maior desejo em vida.

Me jogando na cama, senti que seria o momento de abrir meu mundo. Sim, doo-me a você. Suas mãos passeavam em meu corpo, suas mordidas, que tanto reclamo, eram carinhos em minha barriga. Pegando forte. Me senti desejada. Me senti possuída, me senti um objeto. Me senti mulher naquele instante.

Lembrei de todos os amores que tive; dos que eu não tive; dos que ainda terei. Nada estaria comparado a esse momento. Explosões em fogos dentro de mim. Não era mais responsável pelos meus atos. Os corpos simplesmente se moviam conforma a música pedia. Os movimentos intensos, os arranhões e mordidas. Tudo tão forte.

A porta se abre. Vejo o rosto dele me olhando com uma pessoa na cama, com o vestido levantado e ofegante.

(continua)

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